quinta-feira, 23 de maio de 2013

você sabia que lá pelo tempo das cavernas, a mulher é que era “o cara”? tipo assim... por dar à luz um novo ser, fenômeno até então inexplicável, uma vez que não se atribuía a gravidez à prática do sexo, as sociedades ultraprimitivas meio que mistificavam suas mulheres. elas eram, então, seres divinos, iluminados ou coisa que os valha, o homem mesmo só prestava pra caçar e fazer o serviço pesado. quando este percebeu, porém, que de cada caroço cuspido na terra brotava um enorme pé de qualquer coisa, juntou dois e dois, tornou-se papai e passou a se valorizar e a exigir seus direitos. criou-se assim o conceito de monogamia, propriedade privada, o ciúme e suas derivações, tudo na base da paulada, é verdade. à força, o homem se impôs através dos tempos e toda briga de bar ou grande guerra tem origem na busca por poder e território, quase sempre o campo minado do coração de uma mulher. não há no mundo outra coisa para o macho senão a sua afirmação, a ilusão de sua importância e singularidade. penso nas conquistas femininas ao longo do último século, nessa coisa de amor cavalheiresco a que se refere o Deleuze, no retrocesso geral que vocês, Afrodites de toda a sorte, vêm hasteando, e a parte mais cruel dessa transição, dessa avalanche de libido prestes a romper a casca do novo, é a nossa eterna menina pensar que tudo o quanto a fez suspirar ontem, de prazer, inclusive (!), foi mentira. sei que amores vêm e vão, o que é saudável, e o próximo há de ser, por que não, melhor – nós evoluímos, pois. mas parece que a memória emotiva da mulher, ao menos no que diz respeito às suas últimas e avassaladoras paixões, é mais frágil e curta que a do homem. talvez isso, mais do que o patriarcado de cinco mil anos, explique o maior número de poetas, românticos em geral e suicidas notáveis do gênero masculino. ao passo que verdadeiros homens das cavernas têm ainda hoje levado muitas mulheres, ditas esclarecidas, para a cama. e o mais impressionante: na conversa! 

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