sobre a gênese do espírito criativo: erámos nós os deuses?
uma ou outra coisa a cerca do zodíaco aprendi com minha mãe,
astróloga honorária. aprendi, por exemplo, que à tríade dos signos de elemento
fogo pode-se aplicar a seguinte metáfora: o Áries dá a ideia, o Leão descola o
isqueiro e o Sagitário incendeia. Caio Sóh, no entanto, a despeito de se ater a
esta última, sua característica astral correspondente, decidiu por conceber,
produzir e estrelar o Big Bang ele mesmo – sim, o universo é, ao mesmo tempo,
sua obra e Caio em si, não obstante seja, de acordo com a crença, chamá-lo
Deus. ainda sobre “astros”, o Varandista Pedro Barnez, que é também metade
cavalo, dispensa o prognóstico e galopa igualmente intenso e em sentido oposto
o universo “imaginário” de Caio, mais ou menos como um alter-ego divino. e quem
há de provar que este não é, em verdade, aquele e vice-versa? desta forma, se
somos todos uma ilusão, Pedro representa um estado de consciência “supremo” que torna viável a aventura de existirmos como
coisas inventadas mesmo e não, como querem os céticos, uma submatéria da grande
explosão (ou porre!). mas em algum lugar entre o passado e a realidade, para
além da ciência e do sagrado e com um pé em cada corda da poesia de um e outro
(infinitas porque paralelas), me inventei à minha maneira: o vão central. e se,
de dentro de meu Aquário insólito, num salto, passei a integrá-los, talvez como
a outra face de um triângulo isóscele onde ora me equilibro, ora “caio” – não
temos vértice, pois –, o que nos aproxima e reflete é, de fato, o afeto, vê-se
a olho nu. anos-luz depois do fim, Marias ainda hão de reluzir nas varandas. estrela é uma questão de estar e poesia, maneira de dizer.
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